Como a transparência, visibilidade e confiança, tecidas nas conversas diárias, ajudam no sucesso em um mundo abstrato e de decisões rápidas.

Founder & Growth Leader
Assumir a cadeira de CEO foi como saltar de um trem em movimento para pilotar um avião em pleno voo. Você já está no ar, a velocidade é alta, o tempo é curto e quase nada vem com manual de instruções. O que me salvou, e ainda salva, é a comunicação. Não apenas como ferramenta, mas como fundamento.
Antes de assumir oficialmente essa posição, li alguns livros que me acompanharam nessa travessia. Entre eles, o mais temido, O lado difícil das situações difíceis, de Ben Horowitz, que me mostrou uma das verdades mais duras e, ao mesmo tempo, mais libertadoras da liderança: grandes executivos tomam grandes decisões. E fazem isso com base em dados imperfeitos, no menor tempo possível.

Isso me fez pensar: o que ajuda alguém a tomar decisões rápidas e boas quando quase tudo é abstrato? Minha resposta é simples: boa comunicação.
Não estou falando de oratória, pitch ou storytelling. Estou falando da comunicação como inteligência. A capacidade de ouvir o que não foi dito, e na hora de falar ser o mais clara e direta possível, buscando sempre não deixar dúvidas. Isso ajuda a criar uma cultura de confiança onde as pessoas se sentem seguras para falar a verdade e compartilhar o que sabem.
É por isso que as melhores decisões que já tomei não vieram apenas do meu feeling, mas da soma de conversas, escutas e trocas que aconteceram dias, semanas ou até meses antes. Como diz o autor Charles Duhigg, em outro livro que tem me guiado nesta jornada, Supercomunicadores, os líderes mais eficientes não são os que falam mais bonito. São os que entendem o tipo de conversa que estão tendo, entendem como se conectar, e o melhor momento de agir.
Na prática, isso significa que cada reunião com o time, cada e-mail de cliente recebido, cada conversa informal com stakeholders no café é, na verdade, parte do processo de tomada de decisão. Uma boa executiva acumula informações de múltiplas fontes e as organiza intuitivamente para agir com coerência, mesmo diante da incerteza.
A boa parte das decisões que tomamos na cadeira executiva são, sim, abstratas. A oportunidade certa, o momento de mudar o curso, de contratar alguém fora da curva ou de deixar uma ideia morrer. Não existe uma fórmula. Existe escuta, repertório, contexto e coragem. Muita coragem.
Olhando pra trás, percebo que é sobre desenvolver uma visão de mundo. Aprendi que se comunicar bem não é um diferencial. É o segredo. Para ajudar, deixo uma máxima muito legal: aprendi ouvindo o Paulo Chiodi no Podcast, Products Guru.
Comunicação, gera visibilidade, que gera previsibilidade, que gera confiança.
E assim, nesta jornada contínua de inovar e liderar, a comunicação inteligente se revela não apenas uma ferramenta, mas a própria bússola que nos guia. É na autenticidade das nossas conversas e na profundidade das nossas conexões que reside o verdadeiro poder de transformar o mercado – e o mundo – em um lugar mais inovador, justo e com propósito. Avante, líderes e comunicadores e comunicadoras!