
Founder & Growth Leader
Influência e mídia caminharam por muito tempo em trilhas paralelas. De um lado, o conteúdo orgânico, autêntico, impulsionado por conexão real com a audiência. Do outro, a potência da mídia paga, com sua capacidade de escalar mensagens em alta velocidade. Mas e se a resposta para a próxima evolução da comunicação estivesse justamente na interseção entre essas duas forças?
Na Creators, acreditamos que está. E que os criadores são o elo estratégico capaz de unificar performance, autenticidade e escala. Mas para que isso aconteça de forma estruturada — e não como um adendo criativo ao fim do plano de mídia — é preciso redesenhar os processos, incorporar dados desde o primeiro passo e adotar um novo olhar para o papel do criador na cadeia de comunicação.

Nohoa Arcanjo, CEO da Creators Platform no palco do Mídia Master, evento da Meio & Mensagem, falando sobre importância da integração das áreas de influência e mídia.
1. Criadores como laboratórios criativos de alta performance
O ciclo tradicional parte de um criativo aprovado internamente e depois impulsionado com verba de mídia. Mas esse modelo ignora uma oportunidade valiosa: testar diferentes criativos em pequena escala, com criadores de nicho, em ambientes reais.
Na Creators, operamos com squads de micro e nano influenciadores que funcionam como laboratórios criativos. Cada criador testa uma narrativa, um formato, uma linguagem. O retorno vem em tempo real: engajamento, retenção, cliques, compartilhamentos. A partir desse aprendizado, identificamos os criativos com maior potencial de conversão.
Esse modelo não só mitiga riscos, como também gera ganhos expressivos: conteúdo criado por criadores converte até 4x mais que peças institucionais, segundo o Influencer Marketing Hub.
2. Validação baseada em dados: o novo modelo de mídia
Quando marcas escolhem seus criativos com base em achismo, o prejuízo é invisível — mas alto. Segundo o IAB Brasil, 78% dos anunciantes ainda tomam decisões criativas por intuição. Em contraste, nosso modelo parte de dados reais desde o início.
Cada peça publicada por criadores é acompanhada por um conjunto de métricas: taxa de cliques (CTR), retenção, interação por segundo, taxa de conclusão, comentários espontâneos, salvamentos. Essas métricas se tornam a base para decidir o que escalar.
A diferença? A mídia passa a ser impulsionada por performance comprovada. O criativo escolhido é aquele que já mostrou, organicamente, que entrega resultado.
3. Da performance orgânica ao impulsionamento estruturado
Validar no orgânico é apenas o primeiro passo. O salto vem quando essa inteligência é traduzida em escala.
Hoje, plataformas como Meta e TikTok permitem que posts nativos de criadores sejam usados diretamente como anúncio pago (via Spark Ads e Branded Content Ads). Isso preserva a autenticidade do conteúdo — linguagem, ritmo, contexto — enquanto amplia seu alcance.E os dados confirmam o impacto: criativos gerados por usuários reduzem o custo por aquisição (CPA) em até 50%, segundo a Nielsen. Em nossos projetos, também vemos uma média de 2x a 4x mais conversão em relação a criativos institucionais.
4. O novo papel dos criadores na estratégia de mídia
Criadores não são mídia de suporte. Eles são pilar criativo, ponto de validação e canal de distribuição. Esse novo papel exige um reposicionamento na forma como marcas, agências e plataformas enxergam a influência.
Propomos um modelo em três etapas:
- Criação orgânica com creators diversos para testar narrativas
- Análise de performance com dados em tempo real para identificar os melhores criativos
- Impulsionamento estruturado, escalando os criativos validados via mídia
Esse ciclo torna a influência mais previsível, mais mensurável e, acima de tudo, mais eficaz.
5. Cases e resultados: da teoria à prática
Nossos cases comprovam o impacto desse modelo. A Stanley, por exemplo, viu 20% de seus novos clientes serem originados em conteúdo com criadores. A marca combinou influenciadores, afiliados e mídia de performance, transformando influência em canal direto de aquisição.
Já a About You testou a substituição de criativos institucionais por conteúdo nativo de influenciadoras em Branded Content Ads. O resultado foi um ROAS 2,1x maior e CPA 50% menor.
Esses números mostram que o futuro da mídia não está apenas em tecnologia. Ele está em unir criatividade humana, validação com dados e execução em escala.
O modelo “do orgânico à escala” não é uma tendência passageira. É um novo playbook para marcas que querem relevância com resultado, eficiência com verdade.
E os criadores estão prontos para esse protagonismo.